• Música – povos de diferentes culturas e ausência de registros precisos porém com indícios de:
– Cultura Celta na região Trás-os-Montes - importante
– Invasões Bárbaras
– Árabes – cadências rítmicas (adufe) (711 dC)
– Traços Gregos e Romanos – cantos de guerra, Teatro Romano e Canto Gregoriano (1071 dC)
– Cristianismo e rituais religiosos
– Surge Portugal como país – 1140 ~ 1143
– Figura do Chantre
– Trovadores e Jograis – Castela
– Composições poéticas – Leão e Castela
– Trovadores nobres – ( D. Sancho I) – frequentes melodias adaptadas de cantos populares
2. Estrutura da música antiga de Portugal
– Cantigas de amigo – paralelismo – a mesma ideia em versos alternados, estrofes curtas com estribilho (solo) influência árabe e de Provença
– Cantigas de amor – estrutura semelhante à da cantiga de amigo
– Cantiga satírica – escárnio e maldizer com uso de palavras obscenas – do agrado do rei Afonso X de Castela
– Cantigas de Santa Maria – caráter religioso e narrativo, se afastavam do tom profano das outras cantigas.
• Com o passar do tempo...
– Caráter religioso e narrativo se torna comum
– A língua falada se diferencia – fica o português e se abandona o latim
– Na música, permanece o latim mais em Portugal que na Espanha e França.
– Contato com outras nações – a música de Portugal se espalha pelas outras cortes européias
– Saraus de poesia castelhana musicada
– Surgem o Vilancico e as polifonias franco-flamengas
3. INSTRUMENTOS MUSICAIS
• Na época do Descobrimento do Brasil...
– A dança marca presença nos palácios
– Escola de Evora – Pe Manuel Mendes – influência espanhola
– 1ª obra musical portuguesa “ Flores de Música” de Manuel Rodrigues Coelho
– Influência italiana por Carlos Seixas - Seminário da Patriarcal
– Surge a Ópera Séria – a crítica social é um repositório de muitas das características da sociedade portuguesa da época
– A Ópera do Tejo, desmorona-se por completo oito anos sem qualquer espetáculo de ópera em Portugal
• E o tempo continua passando...
– Dificuldades da segunda metade do séc XVIII
– Um novo tipo de canção acompanhada de uma guitarra – surge o fado batido
– Este cede lugar a um canto marcadamente melancólico e fatalista, de desenlace triste, na guitarra é importante o vibrato
– A música sai dos bairros pobres de Lisboa e chega a burguesia
– início do séc. XIX, a música portuguesa chega ao Brasil trazida pela corte portuguesa que vem para o Brasil para fugir das investidas de Napoleão
4. O Brasil na época do Descobrimento
• Em abril, no ano de 1500, a esquadra portuguesa de Pedro Álvares Cabral chega ao país em missão colonizadora e aqui encontra os índios, que executavam músicas em solos e coros, acompanhados de dança, bater das palmas, dos pés, flautas, apitos, cornetas, chocalhos, varetas e tambores.
• As primeiras missões de jesuítas portugueses no Brasil chegaram em 1549. Os padres passaram a introduzir as noções elementares da música européia aos índios e a apresentar seus instrumentos musicais. Esse encontro entre a música dos jesuítas, a música dos indígenas e dos negros é a pré-história da música popular do Brasil.
• Em 1630, a cultura musical africana dos escravos negros é preservada e desenvolvida através dos Quilombos cujas origens e influência serão abordadas futuramente.Entre 1650 e 1700, a colonização portuguesa introduz largamente outros instrumentos europeus sofisticados como a flauta, violão, cavaquinho, clarinete, violino, violoncelo, harpa, acordeão, piano, bateria, triângulo e pandeiro.
• A partir dos rituais religiosos das missões jesuítas nascem os primeiros cultos folclóricos populares dos habitantes locais como o 'reisado' e o 'bumba-meu-boi'.
5. A “Herança Portuguesa”
• Tonalismo hamônico
• Quadratura estrófica
"O cravo brigou co’a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa espinicada"
• Provavelmente a síncopa
• Formas poético-líricas, como a Moda, o Acalanto, o Fado (inicialmente dançado)
• Danças : roda, cirandas
• Danças iberas : Fandango
• Danças-dramáticas:os Reisados, os Pastoris, a Marujada, a Chegança, que às vezes são verdadeiros autos
• Dança-dramática mais nacional: o Bumba-meu-Boi
6. Folguedos populares
• Pastoril: viagem das pastoras a Belém
• Reisados e Cheganças: festas de Janeiras ou Reis
– Cortejo para anúncio do nascimento de Jesus
– Louvações aos reis magos, cantando loas e salvas
• Bumba-meu-boi
– Nordeste e região Amazônica: junho, festejos de São João e durante o Ciclo Natalino
– Maranhão: de abril a junho
• Vários tipos de Bumba-meu-boi
– Boi de Pindaré, Boi de Orquestra, Boi de Parintins (Garantido e Caprichoso)
• Instrumentos usados no Bumba-meu-boi:
– Pandeirões, matracas, maracás, tambor de onça
7. Danças
• CIRANDA: dança de roda
• Ciranda Praieira: binário; bumbo, caixa, ganzá
• Ciranda do Parati : quaternário; violão, cavaco, bandolim, 2 pandeiros.
• Cacuriá: promovido após a derrubada do mastro do Divino - coreografias e cantigas, cheias de duplo sentido
8. Considerações finais
• O folclorista Câmara Cascudo dividiu em nove áreas as manifestações musicais folclóricas do Brasil: (1) a amazônica; (2) a da cantoria, do sertão nordestino, caracterizada pelos desafios, romances e louvações; (3) a do coco, no litoral nordestino, com predominância do coco e de sua variante, a embolada;
Fandango Ribatejano
Na Lezíria do Tejo é bem patente a íntima ligação das gentes com a sua cultura e tradições. É a arte trazida pelos nossos antepassados, ainda hoje sentida e vivida, que orgulhosamente queremos preservar. É por isso que aqui continua a respirar-se folclore. Danças, cantares, ritmos e movimentos que se executam com a pujança ímpar de uma terra assumida na integridade. A ribatejana.
Já no Século XVIII se ouviu falar da dança do Fandango, tida como originária de Espanha, isto apesar de alguns autores admitirem nela reminiscências de danças árabes. Mas o Fandango enraizou-se em Portugal há muito tempo e é bailado em quase todo o país. Já Bocage se refere a esta dança. Também Gil Vicente usou, por vezes, o termo «esfandangado». O escritor inglês Richard Twiss, que visitou o nosso país em 1772, diz que viu «o Fandango dançado em Portugal com grande galanteria e muita expressão». Por sua vez, corria ainda o Século XVIII, o arquitecto inglês James Murphy, ao descrever os costumes dos portugueses dizia “Quando o dia de trabalho está passado (...) o português afina a guitarra que associa à dança do Fandango”. No mesmo trabalho, o autor apresenta até uma gravura, representando um homem e uma mulher a dançar o fandango. Em tempos passados, o fandango era caracterizado por ser dançado pela mulher de forma sensual. Ao mesmo tempo, o homem galanteava a mulher, cantava e gritava, juntando também gestos, na época considerados obscenos. Era tido como uma dança de sedução entre homem e mulher. No início do Século XIX, o Fandango era dançado e, por vezes, cantado pelos vários estratos sociais, sendo considerado por alguns visitantes estrangeiros como a verdadeira dança nacional. Ao longo da sua história foi dançado e bailado, tanto em salões nobres e teatros populares de Lisboa, como nas ruas, feiras, festas e tabernas, normalmente entre homem e mulher, entre pares de homens ou entre pares de mulheres. Nesses tempos idos, os bailadores dançavam também em pleno campo, defronte das árvores. Os mais hábeis tentavam a sorte a “fandangar” nas tabernas, com um copo de vinho na cabeça, sem o entornar.Hoje em dia, o Fandango é dançado em quase todas as províncias de Portugal, através das mais diversas formas musicais e coreográficas. Actualmente existem, só no Ribatejo, quase vinte variantes de fandangos, tocados não só por acordeons, mas também por pífaros, gaitas-de-beiços, harmónios e clarinetes. Nas suas variadas nuances, o fandango pode ser também uma versão apenas instrumental, pode ser cantado, dançado em roda ou dançado a pares com várias combinações - homem/homem (mais frequente), homem/mulher (nalguns casos) e mulher/mulher (raramente), para além de pequenos grupos.No Ribatejo, a versão mais conhecida é aquela que se denomina por "Fandango da Lezíria", dançada entre dois campinos vestidos com "fato de gala". Trata-se de uma dança de agilidade entre dois homens, onde se adivinha uma espécie de torneio de jogo de pés, em que o homem pretende atrair as atenções femininas, através da destreza dos seus movimentos, promovendo a coragem, a altivez e a vaidade do homem ribatejano.O poeta Augusto Barreiros, num trabalho ao qual intitulou de “Aguarela Ribatejana”, escreve assim sobre o Fandango: “ A dança é uma briga. Um duelo frenético em que dois competidores se medem, a princípio receosos, logo mais desenvoltados. Os sapatos de salto de prateleira, a que teve o cuidado de tirar as esporas, exigem resposta pronta às frases cantadas que atiram de jacto. O homem quer ganhar a sua vitória (...)”.O Fandango está enraizado entre os portugueses, mas é, por excelência, a dança ribatejana, descrevendo na perfeição aquilo que foi e ainda é o Ribatejo.
in "Info Lezíria do Tejo", Revista da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo, de Abril/Maio/Junho de 2004
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10. ALGUMAS REFERÊNCIAS PARA ESTUDO
TINHORÃO, José Ramos& SOUZA, Alexandre Barbosa.História social da música popular brasileira. São Paulo: Editora 34, 1998.
ANDRADE, Mario de. Pequena História da Música.Belo Horizonte: Ed. Itatiaia,1987.
CD Canções do Brasil (Palavra Cantada/MCD) – Coletânea de canções de várias regiões do Brasil cantada por crianças)
CD Guarnicê uma singela opereta popular - MundaréuMúsica Tradicional Portuguesa: http://mtp.com.sapo.pt/
Sobre tradição portuguesa: http://www.attambur.com/
História da Música Portuguesa:
http://www1.uni-hamburg.de/clpic/tematicos/musica/index.htmlSobre folguedos populares do Brasil: http://www.recife.pe.gov.br/especiais/brincantes/8a.html
Trajes portugueses:
http://trajesdeportugal.blogspot.com/2009/04/apresentacao-sobre-o-traje.htmlHistória de Portugal: http://www.ribatejo.com/hp/